Recuperação
Patram resgata gato-do-mato no centro de Pelotas
Animal silvestre, da espécie Maracajá, estava escondido na garagem de uma residência; o gatinho foi levado para o Núcleo de Reabilitação, no campus da UFPel para tratamento
Um animal ameaçado de extinção foi encontrado em uma residência no centro de Pelotas. O gato-do-mato, da espécie Maracajá, estava em um armário sobre uma máquina de secar roupas, local de difícil acesso para o resgate. Uma guarnição da Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram) foi acionada e, com apoio da equipe do Núcleo de Reabilitação da Fauna e da Flora Silvestre (Nurfs) da UFPel, salvou o animalzinho.
De acordo com os policiais da unidade de Pelotas da Patram, o proprietário da residência, que fica na rua Álvaro Chaves, entre General Telles e Dom Pedro II, relatou que, ao entrar na garagem de sua casa, na manhã de segunda-feira (25), observou que havia um gato escondido. "O animal estava assustado e com uma atitude agressiva. Os motivos que o levaram a entrar na casa são desconhecidos, mas um pode ter sido o frio", relataram os patrulheiros. A guarnição percebeu, então, que se tratava de um tipo de gato-do-mato considerado ameaçado de extinção, segundo o biólogo do Nurfs, Marco Antônio Afonso Coimbra.
Como o local não oferecia condição segura para a captura, pelo tamanho e pelo material acumulado, a guarnição solicitou a ajuda do Nurfs. Além do especialista Coimbra, mais quatro estagiários do curso de Biologia da UFPel, acompanharam o resgate. O biólogo conta que o animal tem idade avançada e apresenta lesões antigas. "A decisão de sedá-lo foi para não oferecer riscos de acidentes com o animal e também para a pessoa responsável durante a retirada do local."
Protegido, o gato-do-mato está sendo tratado no Núcleo para posterior soltura em seu habitat natural. "É muito estranho encontrar essa espécie no meio urbano, uma vez que ela é da área de mata de Pelotas e do Capão do Leão", observa Coimbra. Ele ressalta a importância de chamar órgãos responsáveis quando um animal silvestre for encontrado, como fez o dono da residência, pois é mais um exemplar de um espécie em ameaça de extinção que pode ser salva.
Sobre a espécie
O gato-maracajá, que leva o nome científico de Leopardus wiedii, é um felino nativo da América Central e da América do Sul. Tem como característica uma cauda mais longa do que seus membros posteriores. Os seus pelos são amarelo-escuros nas partes superiores do corpo e na parte externa dos membros. Tem manchas sob a forma de rosetas com uma região central amarela por todo o corpo, da cabeça à cauda.
Uma característica da espécie são os olhos bem grandes e protuberantes, assim como focinho saliente, patas grandes e cauda bastante comprida. É um animal de hábitos noturnos e é solitário. Possui uma grande habilidade arborícola, porém sua locomoção se dá a maior parte do tempo pelo chão.
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